Pesquisa da Associação Nova Escola, em parceria com a TODXS, revela que os educadores consideram a pauta relevante; 60% creem que o ambiente escolar seja um lugar favorável para trabalhar o tema diversidade e gênero
Uma nova pesquisa desenvolvida pela Associação Nova Escola, organização de impacto social sem fins lucrativos que tem como missão fortalecer educadores da Rede Pública Brasileira, em parceria com a TODXS, ONG de empoderamento da comunidade LGBTI+, revela a percepção de educadores sobre a Educação da Diversidade Sexual e de Gênero nas escolas. O levantamento conta com 4035 profissionais (professores, gestores, diretores, entre outros) em todo o Brasil.
O estudo mostra que 7 em cada 10 professores acreditam que existe a necessidade de trabalhar com os alunos questões sobre diversidade sexual e de gênero. Além disso, 6 em cada 10 profissionais da Educação acreditam que o ambiente escolar seja um lugar favorável para trabalhar e desenvolver a questão da diversidade sexual e de gênero. Para os educadores que se declaram LGBTI+, o número sobe para 8 em cada 10.
Em um país com altos índices de violência contra a população LGBTI+ (duas pessoas LGBTI+ morreram a cada três dias no Brasil em 2022, segundo o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+), a pesquisa mostra que as escolas não estão isentas dessa violência: metade dos profissionais LGBTI+ relatam terem presenciado episódios de LGBTIfobia no ambiente escolar, sendo que, 90% dos casos foram cometidos pelos próprios alunos.
“Os últimos estudos da Nova Escola têm comprovado que o ambiente escolar é um reflexo da sociedade. Uma vez que a saúde mental e socioemocional das crianças e jovens é negligenciada, vemos episódios de violências. Uma vez que o racismo não é trabalhado, são inúmeros os casos de discriminação racial envolvendo alunos e até professores. Com as questões de diversidade sexual e de gênero ocorre o mesmo. Portanto, é necessário trabalhar esses temas para que a escola seja o lugar em que meninos e meninas aprendem a conviver com as diferenças e a deixar de lado preconceitos e estereótipos que encontram nas demais esferas sociais.”, comenta Ana Ligia Scachetti, pedagoga e CEO da Nova Escola.
O estudo também mostra falta de preparo das escolas para lidar com o tema com os alunos. Apenas 3 em cada 10 professores respondentes da pesquisa indicam que os alunos têm, no geral, espaço de acolhimento quando são vítimas de bullying por sua orientação sexual e somente 2 em cada 10 professores afirmam que a escola incentiva o uso de materiais pedagógicos de discussão a respeito da temática.
Para auxiliar educadores a aplicarem o tema da Diversidade Sexual e de Gênero nas salas de aula de forma simples, didática e respeitosa, a Nova Escola disponibiliza de forma gratuita conteúdo online sobre como Diversidade e Sexualidade, incluindo uma cartilha que traz indicações práticas e explica por exemplo, as diferenças entre “orientação sexual” e “identidade de gênero”.
A Nova Escola é uma organização de impacto social, sem fins lucrativos, que tem como missão fortalecer educadores para transformar a Educação pública brasileira e possibilitar que os alunos desenvolvam o máximo de seu potencial. Produz Reportagens, Cursos autoinstrucionais, Formações, Planos de Aula e Materiais Educacionais, gratuitos, para apoiar professores, coordenadores pedagógicos e diretores que atuam na Educação Básica das escolas públicas brasileiras.
A TODXS é uma organização social sem fins lucrativos criada em março de 2016, que tem como objetivo coletar e processar dados sobre a população LGBTI+ e desenvolver iniciativas de alto impacto social. Com foco na promoção e inclusão de pessoas LGBTI+ na sociedade, a TODXS possui iniciativas de formação de lideranças, pesquisa, conscientização e segurança.
Este encontro está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda de 2030 da ONU, sendo os ODS 4 e 5 educação de qualidade e igualdade de gênero.