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Sete em cada dez professores acham necessário tratar sobre diversidade sexual com alunos

CNN Brasil

Segundo pesquisa da Associação Nova Escola em parceria com a ONG Todxs, apenas metade dos educadores disse de sentir confortável para propor dinâmicas e atividades sobre o tema

Sete em cada dez professores acreditam que é necessário tratar questões sobre diversidade sexual e de gênero com alunos, segundo pesquisa da Associação Nova Escola em parceria com a ONG Todxs.

O levantamento colheu respostas de 4.035 educadores (entre professores, gestores, diretores e outros) em todo o Brasil por meio de um formulário virtual.

Dentre todos os profissionais ouvidos, 60% consideram que o ambiente escolar é um lugar favorável para trabalhar e desenvolver a questão da diversidade sexual e de gênero. Dentre os educadores que se declaram LGBTQIA+, a porcentagem cresce para 80%.

Metade dos profissionais que se declaram LGBTQIA+ relataram já ter presenciado episódios de LGBTfobia no ambiente escolar. Em 90% dos casos, cometidos pelos próprios alunos.

No entanto, apesar de reconheceram a importância do tema, apenas metade dos professores disse de sentir confortável para propor dinâmicas e atividades que tratem sobre diversidade sexual e de gênero. Outros 50% dos educadores disseram ter medo da interferência da família dos alunos nessas questões.

A pesquisa também revelou a falta de preparo das escolas para acolher alunos vítimas de LGBTfobia. Apenas três em cada dez professores indicaram que os alunos de sua escola têm espaço de acolhimento quando são vítimas de bullying por sua orientação sexual. E dois em cada dez afirmaram que a escola incentiva a discussão pedagógica a respeito da comunidade LGBTQIA+.

“Os últimos estudos da Nova Escola têm comprovado que o ambiente escolar é um reflexo da sociedade”, disse Ana Ligia Scachetti, pedagoga e CEO da Nova Escola. “É necessário trabalhar esses temas para que a escola seja o lugar em que meninos e meninas aprendem a conviver com as diferenças e a deixar de lado preconceitos e estereótipos que encontram nas demais esferas sociais”.

A gerente de pesquisa da Todxs, Akira Borba Colen França, completou: “A gente tem leis que preveem a educação da cultura negra dentro das escolas completando 20 anos, mas esses assuntos praticamente ainda não são tratados [em sala de aula]. Que dirá as questões que não são lei, como a diversidade sexual e de gênero”.

“É importante levar para a sala de aula porque isso irá criar um ambiente seguro para os professores tratarem esses temas e também criará um ambiente seguro para os alunos LGBTI+, que, muitas vezes, têm na escola o seu porto seguro, com uma família que não é acolhedora dessa diversidade”, concluiu França.